PANORAMA DO MERCADO DE SOJA E MILHO — 13/08/2025
Câmbio, prêmios e logística definem o compasso do físico; B3 recua no milho e soja segue lateral no Brasil.

Panorama de Mercado — Soja & Milho (13/08/2025)
Soja
O mercado interno operou lento, com negócios pontuais na safra 25/26 voltados a hedge de custeio (US$ 20/sc FOB), enquanto o disponível praticamente não reagiu ao último USDA. Em regiões do PR, as indicações oscilaram entre R$ 135/sc CIF indústria e até R$ 144/sc CIF porto, com volumes reduzidos (fontes da Gama Corretora).
No quadro internacional, o USDA/WASDE de agosto estimou a safra norte-americana em 4,30 bilhões de bushels, com rendimento de 53,6 bpa e estoques finais de 290 milhões de bushels — preço médio projetado em US$ 10,10/bu.
No Brasil, o Indicador CEPEA/ESALQ – Soja (Paraná) fechou 12/08 em R$ 133,20/sc. O câmbio ajuda a explicar a falta de fôlego no físico: o USD/BRL operou na casa de 5,39–5,40 nesta quarta (13/08), segundo séries históricas.
Do lado externo da demanda, as exportações brasileiras seguem firmes: julho registrou 12,257 milhões de t de soja embarcadas (Secex).
Para agosto, a ANEC elevou a projeção de embarques de soja e também de farelo.
Milho
Na B3, a curva fechou em baixa generalizada na terça: setembro R$ 64,78, novembro R$ 66,88, janeiro R$ 69,98; demais vencimentos também recuaram (Gama Corretora). A leitura no físico segue cautelosa: em MT, bids a R$ 46–47/sc FOB para set/out esbarram em pedidas próximas de R$ 50; no Oeste do PR, pedidos giram em R$ 60/sc FOB, com negócios recentes a R$ 58; no porto de Paranaguá (CIF), indicações R$ 64–66/sc, com relatos anteriores a R$ 69.
No exterior, o USDA/WASDE trouxe safra recorde de milho nos EUA: 16,7 bilhões de bushels e rendimento de 188,8 bpa, ampliando a oferta global e pressionando cotações internacionais.
No Brasil, o Indicador CEPEA/ESALQ – Milho marcou R$ 63,89/sc em 12/08.
Com a janela logística se abrindo, a ANEC projeta ≈8 milhões de t de milho embarcadas em agosto, acima da estimativa da semana anterior.
Nota editorial CostaWeber: O quadro de soja mostra fundamento ligeiramente mais apertado nos EUA, mas com o câmbio e prêmios ditando o compasso no Brasil. No milho, a fotografia é de oferta confortável lá fora e ritmo doméstico dependente de logística/porto. Seguiremos monitorando clima nos EUA, câmbio e fluxo de embarques nas próximas sessões.