Arábia Saudita retoma importação de carne de aves do RS
Chile também normaliza compras.

A Arábia Saudita retirou as restrições temporárias às compras de carne de aves produzida no Rio Grande do Sul. A decisão foi comunicada às autoridades brasileiras após a erradicação do foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) registrado em maio no município de Montenegro. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou a retomada às autoridades gaúchas.
O movimento saudita se soma a outra reabertura relevante na região: o Chile anunciou que voltará a importar produtos avícolas do Brasil — incluindo pintos de um dia, ovos férteis, frango fresco e processados — produzidos após 9 de agosto, depois de missão técnica ao país.
Segundo a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), a Arábia Saudita respondeu por cerca de 21% das exportações de carne de frango do Rio Grande do Sul entre janeiro e outubro de 2024, ficando atrás apenas dos Emirados Árabes Unidos. No acumulado recente, o país também figurou entre os principais destinos do frango brasileiro, reforçando sua importância para o escoamento da produção.
A reabertura ajuda a normalizar os fluxos comerciais após a confirmação, em 16 de maio, do primeiro caso de IAAP em granja comercial no Brasil. Desde então, vários parceiros revisaram medidas sanitárias — alguns mantendo restrições apenas para o RS, outros em todo o território. Entre os mercados com limitações mais amplas, seguem pendentes principais compradores como China e União Europeia.
No curto prazo, a decisão saudita tende a aliviar pressões sobre estoques e preços de produtos destinados ao mercado Halal, segmento no qual o Brasil é líder global. Dados recentes da ABPA indicam que, em julho, a Arábia Saudita manteve-se entre os principais destinos do frango brasileiro, com mais de 31 mil toneladas embarcadas. ABPA
Por que importa para a pecuária (avicultura)
Demanda externa: a retomada sustenta o ritmo de abates e a programação de embarques, ajudando a recompor margens da indústria e integrados.
Fluxo Halal: a Arábia Saudita é comprador tradicional e sensível a fornecimento contínuo; normalização reduz risco de redirecionamento forçado ao mercado interno.
Próximos passos: monitorar eventuais sinalizações de China e UE para mensurar o efeito pleno nas plantas exportadoras e no uso de capacidade.
Linha do tempo
16/mai/2025 – Confirmado foco de IAAP em granja comercial no RS (Montenegro).
Jun–jul/2025 – Países começam a modular e retirar restrições; alguns mantêm medidas ao RS.
13–14/ago/2025 – Mapa/Seapi informam reabertura saudita; Chile também sinaliza normalização parcial.
Créditos e fontes: Ministério da Agricultura e Pecuária (Brasil); Secretaria da Agricultura do RS; Asgav; ABPA; Reuters; Notícias Agrícolas.