Maria Tereza Müller enche o pescoço de medalhas na Taça Brasil de Pista 2025
Atleta rondonense conquista 13 medalhas em Maringá em competição válida para ranking paralímpico e olímpico da UCI
A ciclista Maria Tereza Müller, de Marechal Cândido Rondon (PR), foi um dos grandes nomes da Taça Brasil de Ciclismo de Pista 2025 – Etapa Internacional, realizada entre os dias 23 e 27 de julho no Velódromo de Maringá. Competindo em três eventos oficiais da UCI, válidos para o ranking olímpico e paralímpico, a atleta somou 13 medalhas, sendo:
- 3 de ouro(2 no paraciclismo, como piloto de tandem, e 1 na categoria elite)
- 7 de prata (3 no paraciclismo, 4 na elite)
- 3 de bronze (1 no paraciclismo, 2 na elite)
Maria competiu representando sua equipe como piloto de tandem, da atleta Marcia, papel fundamental nas provas de ciclismo para atletas com deficiência visual. Sua atuação foi marcada pela força, sincronia e comprometimento, colaborando diretamente para os excelentes resultados obtidos por sua parceira de equipe — uma ciclista com deficiência visual.
O que é tandem no paraciclismo?
No paraciclismo, atletas com deficiência visual competem usando uma *bicicleta dupla chamada "tandem"*. Essa bicicleta é conduzida por dois ciclistas:
Na parte de trás: o atleta com deficiência visual (chamado de stoker);
Na frente: o piloto — um ciclista sem deficiência, que guia a bicicleta, controla o equilíbrio, direção e mudanças de marcha.
A piloto precisa ser experiente, forte e com grande controle técnico. Em provas de alto rendimento, a sincronia entre piloto e atleta com deficiência visual é essencial para o sucesso da dupla. E foi exatamente isso que Maria Müller mostrou com excelência em Maringá.
Sobre o evento
A Taça Brasil de Ciclismo de Pista 2025 – Etapa Internacional foi organizada pelo Instituto Mais Esporte, com chancela da Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC) e validação da União Ciclística Internacional (UCI). A competição contou com:
Três etapas olímpicas (Elite masculino e feminino)
Duas etapas paralímpicas (classe C2, incluindo provas de tandem)
Participação de atletas de todo o Brasil nas categorias: Elite, Paraciclismo, Júnior masculino e feminino.
Além da competição, o evento ofereceu estrutura de alojamento, hotel oficial com tarifa reduzida e inscrições solidárias com arrecadação de alimentos.
Entenda as categorias do paraciclismo
Classes C1 a C5 (bicicleta convencional):
C1: maior comprometimento físico (ex: amputações múltiplas, paralisia cerebral severa)
C2: espasticidade moderada, limitações motoras, amputações acima do joelho
C3–C5: atletas com limitações progressivamente mais leves
Tandem (B1 a B3):
Para atletas com deficiência visual
Competem com um piloto sem deficiência na frente
A categoria é dividida conforme o grau de visão:
B1: cegueira total
B2 e B3: baixa visão severa
Em todos os casos, é o piloto, como Maria Tereza Müller, quem guia a bicicleta
Com essa energia, garra e entrega, Maria segue se destacando no ciclismo nacional, fortalecendo o paradesporto e colocando Marechal Cândido Rondon no topo do pódio — tanto no ciclismo olímpico quanto no paralímpico.