Panorama Estratégico do Mercado da Soja e do Milho – 29/07/2025

Soja e Milho travados: logística, câmbio e retenção desafiam o mercado no fim de julho

Panorama Estratégico do Mercado da Soja e do Milho – 29/07/2025
Patrocinio: CostaWeber Agrosolutions

Panorama de Mercado – Soja e Milho

Atualizado em 29 de julho de 2025

Informações estratégicas para o produtor rural acompanhar as tendências do mercado de grãos
 

Soja: Mercado Travado e Produtor Defensivo

O mercado da soja segue travado nas principais regiões do Brasil, com o produtor retendo a oferta e evitando fechar negócios nos preços atuais. Em Dourados (MS), os compradores trabalham com ofertas entre R$ 119 e R$ 120 por saca (FOB), enquanto os produtores pedem valores entre R$ 125 e R$ 130, chegando até R$ 135 em casos pontuais. Apenas cerca de 30% da safra ainda está disponível, e muitos produtores estão priorizando o milho ou aguardando preços mais atrativos.

Na região de Campinas (SP), os preços CIF Santos chegaram a R$ 143/sc para entrega entre agosto e setembro, mas sem negócios concretizados. A referência anterior de R$ 145/sc ainda guia a expectativa dos vendedores. Em Paranaguá, as ofertas CIF para embarque imediato bateram R$ 138/sc, mas igualmente sem movimentação.

Cenário macro da soja

CBOT (Nov/25): US$ 10,11/bushel

Dólar: R$ 5,59

Paridade de exportação: ~R$ 124/sc

Indicador CEPEA/Paranaguá: R$ 131,62/sc

Clima: seca avança em MS e em parte do Centro-Oeste

Exportações (julho): 12,1 Mt (-10% mês/mês, +26% ano/ano)

China: comprando pouco e com alto estoque de farelo
 

Resumo Estratégico para Soja
• Mercado segue sem liquidez por desalinhamento de preços
• Produtor prioriza fluxo de caixa com milho ou CPRs
• Safra 25/26 ainda sem tração — negócios parados mesmo com ofertas a R$ 135 CIF Santos
 

Milho: Oferta Forte e Frete Comprometendo Originação

O milho também enfrenta cenário desafiador. Apesar da colheita em ritmo mais forte, os preços estão pressionados, principalmente pelo alto custo logístico. Os embarques seguem lentos devido à disputa de frete com a soja e à seca em rotas fluviais.

Em Campinas (SP), as ofertas estão em R$ 63/sc FOB, mas com compradores atuando apenas para reposição. No porto de Santos, os preços oscilaram entre R$ 67 e R$ 65,50/sc (CIF), sem atratividade para exportação. Para que o milho fosse competitivo no mercado externo, seria necessário um preço mínimo de R$ 70/sc CIF, o que hoje é inviável.

Já em Dourados (MS), o milho vale entre R$ 49 e R$ 50/sc (FOB), mas só é vendido em situações emergenciais. O frete chegou a R$ 50/tonelada, inviabilizando a logística em muitas fazendas. Além disso, chuvas pontuais nas últimas semanas atrasaram a colheita, reduzindo a oferta imediata.
 

Cenário macro do milho

CBOT (Set/25): 393 ¢/bu ≈ R$ 52/sc

Dólar: R$ 5,59

Indicador CEPEA Campinas: R$ 63,60/sc (↓ 7,8 % no mês)

Safra EUA: 74% boa/excelente (projeção recorde de 181 bpa)

Logística Norte: seca reduz navegabilidade no rio Madeira
 

Resumo Estratégico para Milho
• Oferta elevada pressiona preços no curto prazo
• Custo de frete impacta originação, especialmente no MS
• Exportação só volta a ganhar força com prêmios maiores ou câmbio mais agressivo
 

Fique de Olho – Agenda de Risco

Data

Evento

Impacto Esperado

29/07

FOMC (EUA – decisão de juros)

Pode mexer com o dólar

05/08

Relatório WASDE (USDA)

Revisão de produtividade

Semanal

USDA Crop Progress

Atualização de lavouras EUA

Agosto

Novos dados Conab e Anec

Oferta & exportações do Brasil

 

Conclusão

Ambos os mercados seguem pressionados por fatores distintos: a soja por retenção e desalinhamento de preços, e o milho pela colheita forte e logística cara. Para o produtor, o momento é de cautela e estratégia. Utilizar instrumentos de proteção como barters com opções, CPRs bem estruturadas e controle tributário sobre Funrural e PIS/Cofins é essencial para manter rentabilidade.


Este conteúdo é produzido pela equipe da CostaWeber Agrosolutions em parceria com a Gama Corretora. As informações são baseadas em dados do CEPEA, USDA, CME Group, ANEC e outras fontes setoriais confiáveis.