Panorama do Mercado de Soja e Milho 15/09/2025

Confira o panorama da soja e do milho em 15/09/2025: preços no PR e MS, dólar, Chicago, exportações e relação de troca com fertilizantes.

Panorama do Mercado de Soja e Milho  15/09/2025
criação: CostaWeber


O mercado de grãos abriu a semana em compasso de espera. A soja segue com negócios travados em importantes praças do Paraná e Mato Grosso do Sul, refletindo a firmeza dos vendedores e a cautela dos compradores diante das oscilações do câmbio e das recentes projeções do USDA. No milho, os preços registraram leve reação em Ponta Grossa (PR), mas a liquidez permanece baixa, com produtores segurando vendas e compradores ainda recebendo contratos antecipados. A expectativa é de que a necessidade de liberar espaço nos armazéns, somada ao avanço da safra de verão, impulsione a comercialização nos próximos meses.

Soja: vendedores firmes, liquidez travada

O mercado da soja iniciou a semana sem grandes avanços nas negociações. Em Ponta Grossa (PR), o balcão permanece em R$ 125/saca, enquanto as esmagadoras oferecem entre R$ 133 e R$ 139/saca CIF para setembro/outubro. Para exportação, os preços atingem R$ 143/saca CIF Paranaguá, com liquidação em outubro, mas os vendedores insistem em pelo menos R$ 4 acima dessas indicações.

Em Dourados (MS), a situação é semelhante: as ofertas de exportação recuaram para R$ 127–128/saca FOB, abaixo dos R$ 130 da semana passada, e o produtor só aceita negociar acima desse nível. Internamente, as ofertas giram em R$ 123/saca, mas encontram resistência.

Para a safra 2025/26, os preços continuam descolados das expectativas dos produtores. Esmagadoras indicam R$ 128–129/saca CIF (abril/maio), enquanto vendedores buscam patamares entre R$ 135 e R$ 140. No mercado externo, as ofertas giram em R$ 136/saca CIF Paranaguá, sem adesão.

No cenário internacional, os contratos novembro/25 na CBOT operam próximos de US$ 10,45/bu, após o USDA elevar produção e estoques nos EUA. Apesar disso, a China segue priorizando compras no Brasil, o que sustenta os prêmios no país. O câmbio em torno de R$ 5,35 ajuda a manter a paridade, mas traz instabilidade para a formação de preços.
 

Milho: preços reagem, mas negócios seguem pontuais

Em Ponta Grossa (PR), o milho apresenta ligeira reação: fábricas de ração ofertam R$ 62–63/saca FOB (retirada imediata e pagamento em outubro), enquanto exportadores trabalham a R$ 65/saca CIF Paranaguá para outubro. O vendedor aceita propostas a partir desse nível, mas a liquidez permanece baixa, já que muitos compradores seguem recebendo lotes adquiridos antecipadamente.

As vendas devem ganhar força nos próximos meses, com a necessidade de liberar espaço nos armazéns para a safra de verão. Por enquanto, as indicações para 2025/26 giram em R$ 63–65/saca CIF, mas os produtores só sinalizam interesse a partir de R$ 70/saca.

No Mato Grosso do Sul, negócios pontuais ocorreram em R$ 55/saca FOB, com retirada imediata. Produtores só vendem se houver necessidade de caixa ou propostas acima de R$ 60/saca. Para a safrinha 2025/26, as ofertas de exportação variam entre R$ 51 e R$ 52/saca FOB, mas sem fechamentos.

No cenário global, os preços do milho em Chicago (dez/25) são pressionados pelo avanço da colheita americana e pela safra recorde no Brasil, estimada em 139,7 milhões de toneladas. Apesar disso, a demanda doméstica por ração e etanol segue aquecida, ajudando a sustentar os preços.
 

Fertilizantes e relação de troca

No Oeste do Paraná, os preços médios dos fertilizantes permanecem firmes:

  • Ureia: R$ 3.150/t
  • MAP: R$ 4.500/t
  • KCl: R$ 3.200/t

Na relação de troca, isso equivale aproximadamente a:

  • Ureia: 50 sacas de milho ou 24 sacas de soja por tonelada
  • MAP: 69 sacas de milho ou 36 sacas de soja por tonelada
  • KCl: 52 sacas de milho ou 26 sacas de soja por tonelada

Esses números mostram que, mesmo com preços firmes, os custos de insumos ainda pressionam a margem do produtor, reforçando a importância de monitorar oportunidades de comercialização quando câmbio e Chicago oferecem picos.

Leitura final

O mercado da soja segue travado, com produtores firmes em busca de preços melhores e compradores retraídos, de olho no câmbio e nos relatórios de oferta e demanda dos EUA. Já o milho mostra leve recuperação nas cotações, mas a liquidez continua limitada. Nos próximos meses, a necessidade de liberar espaço nos armazéns deve destravar as negociações.

Para ambos os grãos, o dólar e os movimentos em Chicago continuam sendo os principais vetores de decisão no curto prazo.

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